bE mY gUesT

domingo, 18 de dezembro de 2011

la grande epicerie de paris... un paradis perdu

A Grande Epicerie de Paris é, para apreciadores da arte gastronômica (como eu...), uma espécie de paraíso das especiarias. Tudo que voce procura, do mar, da terra e do ar, que se leve a boca, com certeza lá tem. E da melhor qualidade... Sim é um programa maravilhoso, mesmo que voce queira apenas olhar, passear por cada departamento da loja.. Um bálsamo para os olhos e para a alma. 
Faço sempre uma visita por lá quando estou Paris. Me faz bem.
Dessa vez andava as voltas com o champagne Salon (uma dica do Ed Mota-San...), mas não para comprar (sabia que era bem cara..), queria ver de perto a cara dela, a arte do rótulo etc. Andei dando uma olhada na internet e confirmei a tal teoria da raridade dessa ampola. Pensei: se eu não encontrar na Grande Epicerie não encontro mais em lugar nenhum. Não deu outra. Lá tinha... Fotos abaixo.

 O preço começava com 270 euros (safra 1999) e ia subindo vertiginosamente até a safra de 1976 na bagatela de 5.980 euros a ampola... É pra quem pode (ou tem coragem...).
Vi... Aproveitei para tirar uma foto arriscando levar uma bronca de alguma vendedora pois eles não gostam que a gente fotografe dentro da loja (já fui advertido duas vezes...) e corri para o departamento de queijos e afins.
Saí de lá feliz com um fromage blanc de framboesa na mão. Não menos maravilhoso.
la grande epicerie de paris
38, rue de sèvres 75007
métro: sèvres-babylone

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Arzak, D Best In San Sebastian

 o salão do arzak e o detalhe das colheres cravadas na parede
San Sebastian é um a cidade linda. Numa de nossas idas para tocar em Montpellier, no sul da Franca, alugamos uma voiture e partimos com tudo pra lá.. Eu e Camîle Flottante.
Ficamos tres dias no belíssimo Hotel Maria Cristina, muito bem localizado e, o mais importante, carinhosamente patrocinado por mme Flottante... Ah, como diria Moacyr Luz, "tem momentos que eu sinto inveja de mim mesmo...".
bar de pintxos
A tour pelos bares de pintxos (como eles chamam os tapas por lá...) começou já na primeira noite. 
O bacana em San Sebastian, principalmente para quem chega pela primeira vez na cidade, é entrar em algum desse bares, pedir alguns pintxos com uma cerveja e partir para o proximo. É que são muitos bares e cada um tem as suas delícias que valem a pena conhecer. No final da maratona, voce escolhe o que gostou mais, seja por algum pintxo que lhe pegou pela boca ou pela onda do ambiente e serviço. O meu favorito: A Fuego Negro... O máximo.
el fuego negro

Esses bares tem sempre um belo balcão com bancos, tudo muito informal, e voce vai pedindo para o proprio bartender que passa os pedidos pra cozinha. É claro que sempre tem umas mesas também, mas o bacana é conseguir um lugar no bar, ou seja, no balcão.
A cidade é bem animada, os bares ficam lotados e o astral da noite não poderia ser melhor. Pessoas felizes afim de bom papo, comer bem e tudo mais que a vida possa nos proporcionar.. A gente merece.
Bem, mas não é só de pintxos que vive San Sebastian. Existem restaurantes de altíssima gastronomia e eu tive o prazer de conhecer dois. Um deles, já estava reservado dois meses antes de embarcar para solos europeus: O Arzak.
a cozinha do arzak
Já tinha lido muito sobre esse chef e sabia que uma experiencia em seu restaurante iria me levar a momentos profundos de prazer e contemplação... Sua comida é mesmo uma arte.
Pedi ao proprio chef para registrar seus pratos através das lentes de minha cannon. Ele, de uma forma muito elegante, me explicou que tem uma reserva nessa coisa de fotos de seus pratos porque muitas vezes elas vão parar na internet e não passam uma imagem a altura de sua arte. Eu entendi e respeitei. É como nós músicos nos depararmos com registros de qualidade duvidosa de videozinhos de shows no youtube.
Hoje, por alguma razão, rolou um flashback na minha "radiohead" dessa viagem a San Sebastian e, dando uma olhada nas fotos da viagem, resolvi finalmente escrever algumas palavras por aqui.
Talvez pelas lindas fotos dos pratos do Arzak e talvez por uma vontade de dar uma renovada no layout do blog do Alain Gouste, aproveitei uma foto da parede do restaurante em questão para o background do blog. Adorei.. Acho que o chef não vai ficar contrariado e muito menos Elena, sua simpática filha que hoje comanda o restaurante... Chef, con su permiso y respeto.
o chef Juan Mari Arzak, Camîlle Flottante, Elena e eu
Arzak
avda Alcalde Elosegui, 273 - 20015 Donostia/San Sebastian, Spain
tel: 943 278 465

A Fuego Negro
Abuztuaren 31-KO Kalea, 31
2003 San Sebastian, Spain
tel: 650 135 373

domingo, 17 de julho de 2011

"Cenas Cariocas"... Malaga Restaurante

O convite chegou por email. Ticiana Azevedo, amiga querida e profissional da area gastrô, nos brindou na semana passada com esse presente.
Chegamos na hora marcada: 13:50 no número 121 da rua Miguel Couto, centro do Rio de Janeiro.
A redondeza não é, digamos assim, conhecida internacionalmente como das mais "charmosas" da cidade... Mas quando voce entra no restaurante e, principalmente, quando começa a provar seus pratos parece estar no paraíso... Um oásis, digamos assim.

A história da casa é bonita. Funcionava alí uma choperia durante muitos anos e cinco anos atrás a turma mudou tudo... Agora a casa oferece uma comida internacional de primeira qualidade. No inverno um pouco da França: Pot-au-feu as quartas feiras e nas quintas um belíssimo cassoulet provado e apovadíssimo pela Camille Flottante, uma expert quande se trata dessa feijoada de Toulouse e Carcassone.
o cassoulet
entradinha de bacalhau com natas
França, Portugal (o bacahau com natas é divino...), Alemanha, Espanha... Ta tudo lá. Comida feita com categoria por cozinheiros bons e orientados pelo simpatico Sr. Augusto.
Comecei com um bacalhau com natas no ramequim seguido por um risoto de camarão com pequi e açafrão (!) Seo Augusto sabe receber... Ambos divinos.
risoto de camarão com pequi e açafrão
Comi um linguado fresquíssimo e suculento com pure de batatas. Perfeito.
Nesses pratos simples é que a gente conhece de cara a qualidade do restaurante.

Como bem disse a minha querida amiga Luciana Fróes: "aprendi a não subestimar casas com esse perfil, onde se come um pouco de tudo (não tendo sushi...) se a comida for bem feita, maravilha".
Pronto, falou tudo a Lu Fróes.. É por essas e outras que eu sou fã de carteirinha dela.
linguado com pure
a banana flambée
Foi o proprio Sr Augusto quem tratou de executar uma banana flambée ao lado de nossa mesa com a tranquilidade de quem sabe mesmo o que esta fazendo.
seo Augusto em ação
Seo Augusto declarou o nível de seu profissionalismo quando despejou generosamente um cognac Remy Martin para flambar a banana. Vai aí o que eu sempre digo: A comida boa depende de equilibrio certo e produtos de qualidade.
A casa é simples e o serviço é de primeira (assim como a comida...). Gostei também de ver os garçons de terno e gravata... Um toque de elegância não faz mal a ninguém. Na próxima quarta eu volto. Prometi ao seo Augusto que iria conferir o pot-au-feu... avec plaisir.

domingo, 3 de julho de 2011

Oslo II, 3 Brodre

a fachada do karl johan hotel
Caminhando pelas ruas de Oslo sob uma delicada e desagradável chuva, acabei adentrando por acaso num estabelecimento muito interessante, o "3 Brodre"... Pedi um cognac .
Que beleza de lugar... A decoração, a arte no teto, tudo muito bonito realmente. É lindo observar como os países europeus, em geral, cuidam de sua arquitetura, de seu patrimônio, ao contrario daqui no Rio de Janeiro que tudo vai se acabando ou se transformando num restaurante japonês ou numa igreja universal.
O barman me explicou, num inglês (!) e de grande eficiência, que no seculo XIX funcionava alí uma fabrica de luvas finas pilotada por tres irmãos.
A comida? Uma tex-mex food... Pulei. Nada contra mas é que naquele momento rain over Oslo, uma taça de cognac e um teto (e que teto !!!) resolviam a situação com nobre eficiência.
Achei porém que o lugar merecia um registro:
3 Brode 
3 Brode, o bar

3 Brode


No trem para Estocolmo... Belas paisagens


Oslo I, Oro Restaurant

karl johan gate
Sempre tive uma grande curiosidade pela Escandinávia... Os fiordes, o salmão, o bacalhau, o sol da meia noite, a aurora boreal... E gente bonita por toda parte.
Um dia li uma linda materia numa revista sobre o restaurante Oro em Oslo, a curiosidade aumentou. Recentemente a minha querida amiga Lu Fróes chegou das terras vikings com muitas dicas na manga, como o famoso Noma de Copenhagen, um dos restaurantes mais badalados atualmente e de acesso não muito fácil (tentamos reservar daqui em vão... vaga só em 2012). Mas o Oro eu reservei, ou melhor, Mme Flottante o fez com mucho gusto, pois jantaríamos no dia do meu aniversário e ela fez questão de me convidar. Ah.. Como diria Moacyr Luz, "as vezes eu tenho inveja de mim mesmo...". Acho que mereço. Sem muito bla, bla bla, imprimo aqui alguns registros da noite:
a cozinha do oro

panfried cod "strom" with morels and asparagus
"the" salmão

crayfish with tarragon
Serviço de primeira. Fomos tratados "a pan de ló" como dizia minha avó Alice.
Um detalhe interessante sobre o bacalhau norueguês: Sem dúvida, a qualidade do peixe é de primeiríssima, mas saí com uma certa saudade de Portugal. Acho que a forma como o português prepara o bacalhau é a melhor do mundo. Aliás, quanto ao salmão, também não me encanta muito o excesso de defumado na escandinávia. O salmão cru semi defumado é maravilhoso mas percebi que eles defumam também o salmão assado... Que coisa, né? Mas o Oro foi sem dúvida uma grande experiência.

"Kemmer til alle..." segundo o google translate: abraços a todos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

O Passiflore de Roland Durand

asperges des landes en vinaigrette
Paris, como tenho dito, é uma cidade que deve ser degustada aos poucos...  Com a calma dos yogues e a sabedoria dos poetas... "Paris é uma festa", já dizia Hemingway, e sempre será.
Dicas de amigos (do ramo...) valem ouro e essa foi dada pelo Oscar Daudt, um connaisseur quando o assunto é gastronomia.
Sendo assim, entrei no Passiflore com a certeza de que comeria muito bem... Não deu outra.
O chef Roland Durand dirigiu o famoso Pré Catelan entre 1991 e 1996.
Nascido em Auvergne e apaixonado pela cultura e pelos temperos asiáticos, desde 1976 Durand presta seus serviços em cidades como Tokyo, Hong Kong, Singapura e Pequim.
Sua arte é uma maravilhosa mistura de todas essas influências.
As fotos falam, cantam e exalam os perfumes:
grosses crevettes tigrés en saté-citron vert

ravioles de homard dans une nage à la citronnelle

tète de veau aux huîtres, lentilles vertes et basilic
gâteau chaud au chocolat grand cru, sorbet au cacao

sábado, 28 de maio de 2011

Paella AlainGoustiana...Dúvida Descartiana

Penso logo existo.
A paella não pensa... Então não existe?
Filosofias descartianas à parte, eu e alguns amigos queridos constatamos no domingo passado, com os próprios olhos (e bocas...), que a paella existe sim... E estava deliciosa.

A minha, gosto de fazer com camarões vg, polvo e lula.
Um quick tour do passo a passo:
Antes de mais nada, preparo o caldo com as cabeças dos camarões.
Esse caldo é o que eu chamo de "alma da paella".
Frito em óleo bem quente as cabeças dos crustáceos. Acrescento uma cebola, pimenta do reino esmagada e aipo. Quando o refogado começar a ficar bonito, derramo meia garrafa de vinho branco... Deixo reduzir.
Coloco um tanto de agua fervendo, sigo reduzindo a "alma" da pella e finalmente passo tudo num coador.
O polvo eu cozinho antes de colocar na paellera.
Paellera:
Primeiro o azeite... Feito isso, vou colocando os camarões, a lula, o polvo, cebola (umas quatro), dentes de alho cortado ao meio (umas duas cabeças...) e pimentão vermelho picado (a gosto...). Despejo o arroz (tio joão mesmo...) vou trabalhando o refogado, suavemente com a colher. Coloco o açafrão e finalmente vou adicionando o precioso caldo, a "alma da pella". Fico de olho pra não deixar o arroz ficar over cooked.

Como e bebo, logo existo...
Ih, já ia me esquecendo dos tomates. Sem pele, por favor... Ficam mais elegantes.

domingo, 15 de maio de 2011

Charging the Batteries... Na Campestre

Queridos leitores, já andava com muita saudade de voces.
Tenho estado um pouco afastado do blog por conta do meu nobre ofício: a música.
A música anda me solicitando bastante (graças a Deus!!) ultimamente. Novelas, filmes, shows e até um curso online de music composition for film and tv da Berklee College of Music. E, já que escolhi o piano como instrumento de trabalho, tenho que arranjar um tempo diario para praticar, caso contrário as teclas se revoltam e isso não é nada bom. É sério... "O piano, como qualquer outro instrumento, é ingrato... Se voce fica um dia sem tocar ele fica de mal com voce..." Palavras do meu primeiro mestre, o grande Homero de Magalhães.
Teclas brancas e pretas à parte, a vida não é só trabalho e se não der uma "desplugada" de vez em quando, a gente pifa. Mas, graças a Deus, tenho amigos queridos como o Miguel P. Machado, dono da linda Campestre, já conhecida aqui do blog ( suspiro fazenda campestre e pão da campestre ), que me convidou mais uma vez para esse paraíso. E lá fui eu... Nada como carregar as baterias entre fogões a lenha, lareiras, ampolas de vin rouges, vacas, cavalos, caminhadas e sauna com direito a mergulhos na agua limpida da piscina natural.
frida de bem com a vida
Dna Marly, talentosíssima chef de forno e fogão a lenha, como sempre nos mimando desde o café da manhã até a fantástica sopa de baroa da madrugada, passando por aipim frito (com queijo crocante...), suspiros, bolos diversos, pão de la maison, feijãozinho gourmet, legumes da horta (bio!!), gelatinas nos copinhos e até um boeuf bourguignon feito a quatro mãos com o chef aqui que vos escreve.
boeuf bourguignon
aipim frito com parmesão


Como diria Caetano Veloso... "paraíso é para isso..."

fim de tarde na campestre
                                                                                   

segunda-feira, 21 de março de 2011

Loiseau des Vignes...dans le coeur de la Bourgogne

uma fonte no centro de Beaune
Na minha primeira viagem à cidade de Beaune, capital da Borgonha, entrei numa loja de óculos e arrisquei a pergunta (que não quer calar...) para a francesa do balcão: s'il vous plaît mademoiselle... Qual seria, na sua opnião, o melhor restaurante da cidade?
Nessas horas, de subita-cara-de-pau-de-minha-parte, Camîlle Flottante, rubra, naturalmente se desloca e finge não me conhecer... É dura essa vida de gourmand.
Mas esse mico eu pago e ainda faço questão de passar o recibo.
Os franceses do interior são menos antipathiques ... Da até pra arriscar.
E não é que a resposta da mademoiselle veio com muita segurança e até com um certo prazer?
_Loiseau des Vignes
_hm.. merci beaucoup, très gentil... Partiu.
Le Cep Hotel
O restaurante fica no lindo Le Cep, que vem a ser o hotel mais chique da cidade.
A dica não poderia ter sido melhor. Claro, pelo nome eu logo imaginei que deveria ser um dos maravilhosos restaurantes do famoso Bernard Loiseau, aquele chef que tirou sua propria vida, mas essa é uma longa história, pulemos.
oeuf bourguignon
Na época eu vinha procurando aonde comer o melhor oeuf bourguignon da area e depois de uns tres ou quatro em alguns restaurantes antes desse, é claro que não resisti e fui conferir o do Loiseau.
A textura do molho, bem mais encorpado e talvez a qualidade do vinho e um certo caramelado com o bacon crocante... Sem dúvida foi o melhor oeuf bourguignon de longe. Deu pra sentir o nível da comida já pela entrada.

Mas o que me chamou ainda mais a atenção, foi a carta de vinhos em taças. Nunca vi um restaurante com tantas opções de vinhos em taça. Pra voce ter uma ideia, todas as paredes do salão são cobertas por máquinas de vinho em taça.
Como diria (ou escreveria..) meu amigo Felipe Radi: "jeniau"
Loiseau des Vignes
31, rue Maufoux-21200 Beaune, France
tel: 33(0)3 8024-1206