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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um Bom Motivo Pra Subir a Serra... Hotel Solar do Império

O convite da minha querida amiga Luciana Neiva chegou por email:
"Olá Alain, tudo joia? Estou engatilhando uma história bem legal no hotel Solar do Império: é um projeto chamado Receita de Família. Bem, a gente queria que voce participasse!!! A idéia é: o hospede manda uma receita marcante dele para a chef do restaurante. Pode ser um bolo que a vó fazia, um assado que lembre a infância, enfim... Algo do gênero "as madeleines do Prouste"... Bem, voce é nosso convidado pra dar o ponta pé neste projeto. Tens uma receita assim? Inesquecível? Com gosto de infância?"
Ôpa... Mas não é a minha cara? Achei a idéia genial.
Comecei a lembrar da minha infância... Das férias em Penedo, onde meu pai tinha uma casa... Vovó Alice na cozinha aprontando todas as receitas com suas mãos mágicas... Sim, a mesma vó Alice que tocava piano nas sessões de cinema mudo em Juiz de Fora, mas essa é outra história.
Me lembro da sopa de aveia com alho, das empadinhas, dos bolos diversos... Flavita, minha mãe, aprendeu muito com ela: a famosa charlote de morango, a torta de nozes do natal, a carne moída com as olivas verdes sorando no tempero.... Minha mãe por sua vez, ensinou tudo pra dna Maria, a cozinheira lá de casa... E eu? Eu ficava na espreita, perto do fogão sacando todas as manhas.
É... esse email da Luciana me transportou no tempo....Num time tunel, com direito a trilha do John Willians e tudo.
But, backing to the present, eu tinha que escolher uma receita... Já sei: a carne assada da vovó Alice.
Mandei a receita pra Lu, ela topou. Fiquei feliz quando soube que a chef local que iria executar a minha masterpiece era a Claudia Mascarenhas, que além de amiga de longa data de mme Flottante, é uma grande artista na cozinha. Puxa, quanta coisa bacana eu aprendi nesse fim de semana com ela... Dicas de cozinha, sabe? Papos de chef.
Mas o melhor de tudo estava pra acontecer: Um fim de semana hospedado no hotel Solar do Império(?!)
Acho que eu mereço... Mme Flottante também andava precisando se desplugar um pouco e além do mais, já tinha um bom tempo que eu estava me devendo conhecer esse tão falado estabelecimento.
Definimos a data do evento: 24 de setembro de 2010... Precisei ficar por conta do trabalho até oito da noite no ProjaCquistão.
A situação já estava ficando ultra deep stressing... Uma mesa no restaurante Leopoldina prontinha me esperando para o "Receitas de Família", e eu ainda na zona leste do Rio de Janeiro perto de oito da noite, com a talentosa mme Flottante no papel de doublé de mãos da personagem da Claudia Raia ao violão... Como diz meu chefe: "manda quem pode e obedece quem tem juízo..." Calma Alain, no final tudo sempre dá certo.
E deu. Partimos rumo a Petrô e em menos de uma hora já estávamos posando pra algumas fotos de divulgação do tão esperado evento.
Jane e Pinheiro, os simpáticos proprietários do hotel, nos receberam com muito carinho.
Pinheiro, além de diminuir em duas décadas a minha idade ao tentar advinhar, já foi logo colocando em minhas mãos a carta de vinhos... Ô tarefa dura: escolher a ampola pra harmonizar com a carne da vovó. Acho que posso fazer isso... Principalmente quando um Vinha Grande do Douro grita, implorando por mim.
Ao redor da mesa, além do Pinheiro e da Jane, estavam também o Cadú (diretor de comunicação da Michelin da América do Sul), o Alexandre, a chef Claudia, Camille Flottante e é claro, o homenageado da noite, eu, monsieur Alain Gouste que humildemente digita aqui essas palavras neste recém recuperado laptop com sua nova placa-mãe ja devidamente instalada (ou madrasta?!)
Acho bacana essa coisa da mesa, da comida e do vinho... A comunhão, a capacidade de aproximar as pessoas.
Cadú é uma simpatia e um ótimo papo. Contou varias histórias deliciosas e ainda me deu algumas dicas de Paris... De Petrópolis, me indicou os bricelets, biscoitos finíssimos (nos dois sentidos...), fabricados pelas próprias beneditinas no Mosteiro da Virgem (no singular, como bem disse Cadú, certamente pela pouca probabilidade atual de existir mais de uma...). Fui conferir, gostei e comprei cinco pacotes.
De sua vó, herdamos a sobremesa: um pudim de leite (sem leite condensado!!!) que deu trabalho pra chef... Algo na receita deveria ser coado por oito vezes (ou seriam nove??) pra que o resultado atingisse a textura que sua avó recomenda com todas as letras, escritas de próprio punho, no seu precioso livro de receitas. Todos concordamos com a antiga ciência da vovó do Cadú: o pudim estava superb.
A chef Claudia se superou com a carne da vovó Alice... Voces podem imaginar? Uma carne muito bem temperada (alho, loro, cebola, pimenta do reino...), super macia e com um molho ultra encorpado? E as batatas inteiramente impregnadas nesse precioso molho? Babei. Mas a Claudia é muito fera. Eu já conhecia seu trabalho desde o Sítio Arqueológico, restaurante que ela abriu na Gávea, no final dos anos noventa... Morou em Portugal (teve uma boa escola por lá...), em NY foi dona de uma creperia. Em Angra, ela assinava o cardápio um restaurante muito bom que também tive o prazer de conhecer e como ela não para, atualmente anda as voltas com os mini cupcakes que estão bombando por aí... Além de cuidar do Leopoldina e do restaurante da Pousada Tankamana.
Pude conhecer outras delícias assinadas por ela no cardápio do restaurante Leopoldina e recomendo: o bacalhau pensado na cama é de comer ajoelhado.
Uma delícia o café da manhã do Solar: torrada Petrópolis feita na hora, pão de queijo de prima e as panquequinhas de morango (na foto acima...) com mel orgânico que não me saem da cabeça.
O Hotel é mesmo um luxo e é membro da Associação de Roteiros de Charme.
Os quartos são amplos, super confortáveis e a decoração de extremo bom gosto.
Um casarão de 1875 e outro de 1893, ambos tombados e restaurados em grande estilo... Só por isso eu já tiraria meu chapéu pra Jane e Pinheiro.

Muito obrigado Jane, Pinheiro, Luciana, Claudia e, é claro, vovó Alice.

Hotel Solar do Império
Av. Koeler, 376 Centro, Petrópolis-RJ
tel:55(24)2103-3000

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sushi Leblon... Eu, o Toro e o ProjaCquistão

"Alain Gouste, hoje tem toro! É hoje só, amanhã não tem mais"
A frase acima digitada pelos dedos da minha querida amiga Marina, sócia do restaurante Sushi Leblon, ficou ecoando na minha cabeça durante todo o trajeto Laranjeiras-ProjaCquistão.
Também pudera, o toro é uma joia rara... É mesmo das coisas que mais amo na gastronomia e a "urgência", corretamente dramatizada pela Marina, fazia todo sentido.
O toro chega sem aviso prévio e "voa" em poucas horas.
Bem, como já havia falado no meu post "Fat Is Taste", o toro é o fenômeno da gordura produzida pelo atum e acumulada na carne da parte inferior da sua barriga, quando numa certa época do ano as aguas estão em baixíssimas temperaturas. O resultado? Uma carne rosada, tenra e incrivelmente saborosa.
O Sushi Leblon é o único restaurante em todo o estado do Rio de Janeiro que de quando em quando nos brinda com essa maravilha.
Eu gosto muito do Sushi L. desde longa data... Gosto do ambiente, do cardápio, da limpeza, do serviço e da qualidade dos peixes.
Pelo menos uma vez por semana eu almoço lá.
Pra jantar, procuro chegar cedo... Depois das 20hs o movimento é muito grande, mas sempre acabo conseguindo um cantinho no balcão (um must...)
Toros a parte, me gusta mucho también o sushi de fois gras brulée (still fat is taste...) no cardápio do SL.
Sou fã do hot maki, da tempura de camarão (ultra deep vg...), da dupla de ovas de salmão, do salmão especial crunch, tudo sempre com a mesma categoria.
Outra coisa que eu amo por lá é o furai de lula. A casquinha crunch de 'milanesa" ao redor dos aneis de lula é de rara qualidade.
Talheres a parte, cheguei ontem no ProjaCquistão com esse problema... Vi que a coisa ia render e pelo andar da carruagem, sairia de lá só pelas madrugadas... Puxa, logo hoje. O toro lá no Leblon e eu no outro lado da cidade, no escaldante ProjaCquistão.
Voltei pro facebook e passei meu drama pra Marina... Com trilha sonora e tudo.
Qual foi minha felicidade quando li hoje pela manhã a nova mensagem da minha amiga:
"Alain, pedi pra guardar pra voce... Se apresente ao sushiman pois as vezes não associam o nome a pessoa"... Hum.. xá comigo, é nóis na fita!
Fui com meus filhos... O sushiman já me esperava com um discreto sorriso adiantando a presença do toro.
Comemos muito bem, bien sur.
"Garçom por favor! Um sashimi de toro e um hot maki"...  "Garçom please! Um furai de lula e outro sashimi de toro"... "Garçom, s'ill vous plaît! Uma cerveja e dois sashimis de toro"

Que a temperatura das aguas por onde nadam os atuns se mantenha propícia para essa iguaria dos deuses.
Viva o Sushi Leblon! Merci beaucoup Marriná!


Sushi Leblon
rua Dias Ferreira, 256
tel 55(21)2512-7830

domingo, 19 de setembro de 2010

♪♫ Não Levo Fama Sem Deitar Na Cama ♪♫


Parece que a fama do meu bobó de camarão andou se espalhando de boca em boca e na semana passada, depois de um tititi no wall do jo.ão gil.berto (facebook...), chegou em Sampa.
Foi certamente Roberto de Carvalho, um apreciador da haute cuisine, o mentor desse delicioso evento.
A Losinha e o Henrique Pires também se empenharam muito bem na orquestração... Losinha, irmã de Alain Gouste e conhecedora dos seus temperos, aproveitou o papo gastrô no wall do jo.ão e disse que Alain Gouste Bresson é o cara quando se trata de um bobó... Fiquei muito honrado.
O papo foi seguindo na "sala" do jo.ão e amadureceu.
Aproveitaríamos a data do show da Rita no Rio, para sentarmos à mesa (chez Alain...) no dia anterior... Quanta responsabilidade para um pobre chef amador.
Talheres à parte, fiquei com a imagem do velho Electra, aquele charmoso avião de hélices que atravessava a ponte aérea Rio-SP nos anos setenta, trazendo a Rita e o Roberto pra degustar o tal bobó chez moi.. O bo bop de camarote, como diria Joyce Costa.
Convidei também o Dadi e a Leilinha.
Dadi tocou um tempo na banda da Rita e ficou animado com o evento.. Disse que seria genial encontrar o Roberto e a Rita mas me alertou da possibilidade da Rita não aparecer pois ela não é muito de sair pra esses eventos: "A Rita é muito caseira e de uma maneira geral, dispensa todos os convites". Pra completar, Roberto havia me falado que uma gripe andou cercando-a por esses dias.
Qual foi meu espanto e felicidade ao abrir a porta e dar de cara com a Rita cantando nossa velha parceria "Moleque Sacana", música que chegou a ser proibida de tocar nas rádios naquela época por usar a palavra "sacana"... Outros tempos.

Que delícia de noite. Tudo correu comme il faut. 
Rita Lee tem uma luz ímpar... Simples, do bem, espirituosa, inteligente, querida, gentil... Puxa, quantos adjetivos eu poderia relacionar à ela?!? Todos da mais pura verdade.
Que bonito também o amor e carinho recíproco entre ela e Roberto.
"Rita, não vai fumar na varanda... Tá muito frio, olha a garganta! Tem show amanhã...". Bacana voce ver o Roberto sempre "plugado", cuidando dela.

Retomando os talheres:
entradas:
_soufflé de aspargos
_polenta branca com funghi secchi
principais:
_bobó de camarão
_carne assada (por oito horas em fogo lento...) no cabernet sauvignon.
sobremesa
_peras belle hélène

Mme Flottante ficou um pouco preocupada quando soube que o soufflé estava no menu: "soufflé?!? Tem certeza? Olha lá, voce vai ficar nervoso, vai que ele não cresce..." Cresceu, para nossa felicidade.
Fiz em ramequins individuais e fui generoso com as claras.
o vinho Era dos Ventos
Quanto as ampolas abertas na noite, não posso deixar de comentar sobre o Era dos Ventos da uva peverella.
Esse vinho (diferente de tudo que já bebi) tem uma história bacana.
A uva peverella, original do Veneto, se estinguiu por lá. Foi encontrada numa região do interior do Rio Grande do Sul e vem sendo produzido em pequenas e preciosas safras. Apenas 350 garrafas no ano passado. Bem mineral, com uma cor rosada e um bouquet de jambo no nariz foi o par perfeito para o bobó.

Taças à parte, falamos de filhos, melotrons, cachorros, artes plásticas, anos 70, música, ovelha negra e praticamente "bypassamos" política... desânimo geral com os candidatos.
Dadi lembrou do show da Rita em 1980 no interior de São Paulo, quando saímos da capital numa Kombi (!?!) alugada e pilotada pelo próprio baixista da Cor do Som. Partimos de vento em popa (analógicamente...) com tudo para prestigiar nossa ídola e com a missão de entregar a fita cassete com minha melodia gravada em voz e violão. Felicidade imensa quando recebi a letra de "Moleque Sacana". Nossa canção ficou vetada na censura -tempos complicados aqueles - mas gravamos assim mesmo e tivemos que aguardar alguns meses a liberação para as rádios executarem.
Que orgulho ter a Rita entre meus parceiros.

Como diria meu mestre Vittor Santos, permaneçamos!!!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"Ultra Deep Style"... Como Diria Ed-San


Parece que o universo andou conspirando em torno do chocolate na semana passada.
Andava eu numa espécie de larica chocolatista, quando avisto no facebook, uma mensagem da minha amiga Bel Augusta convidando para uma degustação grupal do novo chocolate desenvolvido pela talentosa Samantha Aquim.
Como diria meu consultor para assuntos eno-gastronômicos Ed-San Motta: convite "Ultra Deep Style".
Bem, devido aos desencontros nas agendas de alguns de nós, o programa foi adiado para a proxima quinta-feira.
E agora?!? Pensei com meus botões... Saí vagando pelas ruas, com a boca cheia d'água e a cabeça em chocolate nas suas mais diversas formas e texturas... Foi quando, ao entrar numa livraria em Ipanema, dei de cara com um livro cuja capa me chamou atenção. Assim como um imã, fiquei magnéticamente atraído pela imagem das três eclair au chocolat sobre um fundo de cor achocolatada, que pareciam exalar um hipnotizante bouquet de cacau.
Vi que se tratava de um livro de receitas do mestre chocolatier francês, Jean-Paul Hévin.
Esse homen é um gênio... Seria um exagero dizer que Chet Baker está para o trompete assim como Hévin para o chocolate? Será? Será que seria? Why ? Uai (!?!) Hum, sei não.. arte é arte e os dois são grandes.
salon du chocolat, Paris
O Salon du Chocolat, evento que acontece desde 1995 em Paris, reúne a cada ano mais de 150 expositores e chocolatiers do mundo inteiro. Hévin é uma das principais estrelas e anda até fazendo umas parcerias com alguns estilistas renomados, gerando uma deliciosa simbiose das duas artes.
a loja na St Honoré
Descobri uma de suas lojas por acaso, andando pela rue St Honoré em Paris, após ter devorado um cheesburger façon du chef do (já muito falado por aqui) Le Castiglione. Parei numa vitrine (atraído magnéticamente também...) e fiquei mobilizado com a arte desse mestre chocolatier. Desnecessário dizer que entrei e fiz a festa.
Vai aí então essa dica pra quem ama chocolate e principalmente pra quem como eu, pretende se arriscar a reproduzir algumas de suas receitas que sinceramente, me pareceram bem amigáveis.
Ah, o chocolate...
Descobriu-se recentemente que o chocolate, na sua versão mais pura, dark amargo (pelo menos 70% cacau...) faz bem ao coração. Eu acredito.


Delícias de Chocolate, Jean-Paul Hévin
editora Senac



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cristóvão, a Quilo em Grande Estilo

Quando eu penso em comida a quilo, me vem logo aquele lugar que a gente entra, serve, pesa, come (!), paga e corre pro trabalho... Porque a vida na semana é sempre uma correria e a gente não pode se dar ao luxo de uma refeição com aquele prazer que nos permitimos sentados à uma boa mesa como num fim de semana relax... Será?
Como jà dizia o antológico chef francês Antonin Carême (nascido também em 8 de junho como eu, com uma diferença de 173 anos...), "Quando não temos boa cozinha no mundo, não teremos a literatura, nem a inteligência elevada e nítida, nem encontro amigável, nem a harmonia social".
Tô com ele e não abro. Não abro mão de comer bem e com prazer.. Mas isso não quer dizer necessariamente pagar caro, muito pelo contrário... Pagar caro em geral faz mal à saúde, dá congestão e otras cositas más. Mas sejamos sinceros... Comer uma boa comida nesses restaurantes a quilo pelo Rio de Janeiro não é tarefa das mais fáceis.
Cristóvão é rara exceção. Surpreendeu.
Luiz de Moraes, o simpático e atencioso proprietário não deixa a peteca cair. Deu pra ver como ele é querido por sua clientela. Todos o comprimentam, puxam um papo e seguem rumo ao glorioso buffet.
Gabriel e Luiz
Outra coisa que me impressionou, (além da qualidade do boeuf bourguignon do chef Gabriel...), foi a quantidade de mulheres (90%?) na fiel clientela... Hi level atmosphere.
Gabriel De Carvalho, o talentoso chef da casa (e agora também sócio...), é só sorrisos. Gabriel apresenta sua arte em grande estilo e colhe os frutos de seu trabalho. A casa é um sucesso.
A sopa de legumes é coisa séria. Textura bem leve (velouté e aerada..) com os temperos corretíssimos. Tive que repetir.
Só o linguado com molho de manteiga com sálvia (um must...) já valeria o programa.
Comi também um feijão branco com paio que estava superb. O pure de batatas (eu amo um pure quando bem feito...) é coisa que faz voce querer voltar no dia seguinte.
Fiquei aguando o pernil com batatas coradas (lindas...) mas já tinha comido além do limite permitido para um homem da minha idade. Mme Flottante parecia não se preocupar com esses possíveis excessos enquanto de deliciava com um belo pote de lentilhas comme il fault.
Le dessert não dispensei. Impossível, quando se trata de um confit de laranjas e amêndoas com sorvete de creme... Babem babies.

Vida longa ao Cristóvão!!! A gente agradece.

Cristóvão
rua General José Cristino, 36
São Cristóvão, Rio de Janeiro

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Gibeer... Com Colarinho, S'il Vous Plaît

Gosto de cerveja.
Fico as vezes dias sem bebe-la e imaginando o mundo sem sua existência (!)... Triste.
Lembro do dia quando bebi meu primeiro gole na sua versão bière pression (como diriam os franceses...)
Tinha lá meus quinze anos... Estava com meu pai no velho bar Jangadeiros em Ipanema e de tanto que pedi, seo Haroldo liberou um gole (ou dois?!) daquele chope (com colarinho, como exigia meu pai...)
São momentos que marcam a nossa vida.. Até hoje me traz uma vibe de felicidade.
Talvez por isso, ou mesmo por algo que esteja na alma dessa bebida, a cerveja pra mim é sinônimo de felicidade, alegria, descontração e good vibes em geral.
Portanto, fico feliz também quando conheço uma casa especializada em cervejas e comandada por um expert como o Jeff Folly.

Foi o Diego, meu filho e apreciador da bebida quem me alertou:
_pai, voce ainda não foi no Gibeer?
_Gi o que?
_Se liga pai... Gibeer é uma casa na Lopes Quintas, Jardim Botânico.. É o máximo. Tem cervejas do mundo todo e algumas brasileiras artesanais. Vai lá conferir e faz uma matéria no seu blog.
E lá fui eu... Cheguei com sede.
Fui recebido pelo Jeff, o simpático proprietário.
Jeff, nascido no interior de São Paulo, é um estudioso e pesquisador de cervejas. Trabalhou nessa área em Paris por mais de dez anos.
Se instalou no bairro do Jardim Botânico com tudo. Montou alí um lugar super aconchegante, onde trabalha com cervejas belgas, inglesas, alemães e também algumas brasileiras produzidas com cereais e maltes belgas e alemães. Dessas eu provei as três que são servidas à la pression, no balcão.
Das garrafas, por hoje fiquei apenas com a minha boa e velha amiga Hoegaarden, cerveja belga cuja formula (casca de laranja, coentro e outros segredos..) é a mesma desde o ano de 1.441... My deep respect.
Mas como aprendi com seo Haroldo que não se bebe sem comer, conferi alguns petiscos.
A Batata frita com queijo é ótima... Nada daquele queijo over lambusado que fazem por aí. Bem sequinha. A porção de bolinhos de queijo parmesão voa.. Uma delícia.
Provei também o caldinho de siri (super bem temperado...)
Fiquei numa salinha confortável e privativa com capas dos livros do Tin Tin na parede... Claro, nada mais belga que o Tin Tin... Eu, leitor fiel dos Goscinny e Uderzo, voltei no tempo.
Outra coisa que me chamou a atenção foi a música. Não é muito fácil a gente ficar feliz com o audio dos restaurantes (e afins..) no Rio de Janeiro. Mais um ponto pro Jeff.
Valeu Diego!  Ótima sugestão. O GiBeer já entrou pro meu livro.

Gibeer
rua Lopes Quintas 158, Jardim Botânico, Rio de janeiro/Brasil
tel (21)2279-4161