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Camille Flottante na janela lateral do quarto de dormir
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"Amigos, vamos levar nosso bloco pro Sana? Cachoeira, cavalos, ampolas, fogão a lenha, fogueira e luar... aguardo anciosa, rsvp".
Essa proposta chegou no meu Mac (que assim como eu, anda precisando de mais memória...) via facebook. Taí, gostei e muito.
Sabe o que é? Eu não sou exatamente aquele tipo que adora escolas de samba, sambas enredos atuais (gostava dos que se faziam nos anos setenta), blocos nas ruas do Leblon (ou Laranjeiras...) e animações do gênero. Além do mais, já trabalhei muito nos trios elétricos de Salvador... Tô bem a nivel de carnaval. Como diriam os francêses:
ça suffit.
O convite veio da minha querida amiga (e vizinha..) Lou Bittencourt, que além de transbordar simpatia e elegância, vem a ser a proprietaria desse paraíso no Sana.
A turma se animou.
Todos, assim como Lou e eu, do ramo da nobre arte de Antoine Carême... A boa gastronomia.
Devido a quantidade de chefs presentes, combinamos então o menu com antecedência.
Dia 1: feijoada da fazenda, dia 2: cozido
by Alain Gouste, dia 3: pernil
by Laura Cavallieri e, é claro, muitas invenções improvisadas durante todos dias nos intervalos dos pratos principais.
Nos
intermezzos, o casal Bel Augusta e Serge De Kraker (os reis do café...) sempre pilotando o
french press e o
aero press com
muita categoria
.
Serge apresentou coisas muito sérias dessa area, inclusive o inesquecível
Cup of Excellence 2010 número 1 do Brasil.
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aqui, um flagra de Alain Gouste fazendo a dança do fogão após algumas taças de espumante português da casta baga |
Gosto de cozido. Tanto de fazer quanto comer.
Na verdade, é sempre um pretexto pra eu me empanturrar de comer o pirão. Amo o pirão. É muito fácil de fazer. Basta voce ficar ligado no tempo de cada legumes. A dica é trabalhar com duas panelas. Vai administrando os mais rápidos e os mais demorados no cozimento. Eu gosto também de refogar tudo. Refogo até o mundo. Muito alho, cebola e pimenta do reino.
Separadamente, dou uma pré cozida nas carnes, jogo fora a agua desse primeiro cozimento e coloco a carne seca na panela de pressão. Essa segunda agua eu guardo e uso nos legumes.
As linguiças finas e o paio eu também refogo
após a primeira "lavada", que é como eu chamo
o primeiro cozimento. No mais, cuidar dos tempos dos legumes, nunca deixar passar do ponto e partir para o pirão usando o caldo das panelas.
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o cozido aguardando o pirão |
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Bel, Laura, Lou e Alain G. |
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o pirão |
Um dos pontos altos da temporada foi, sem dúvida, o pernil feito pela Laura Cavallieri.
A coisa foi muito séria.
O bicho ficou marinando por três dias. Além de uma feliz homenagem ao nome da fazenda, o número três foi de grande importância para o resultado final. A carne estava com uma textura maravilhosa e sabor idem. De chorar. Bebemos um
rouge português que
grooveou lindamente com o molho do pernil (e com a carne,
bien sur...).
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o pernil marinando... coisa muito séria |
Nesse momento, tivemos a grata participação da chef Ludmila (a paisana...) na nossa mesa que se deliciou com o belo trabalho da Laura.
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Laura (clicando todos os momentos...) e Lou, nossa anfitriã (foto verde na casa verde) |
Bacana a chegada da chef Ludmila.
Veio na disposição, dirigindo seu carro na noite
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chef Ludmila Soeiro e Lou Bittencourt
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em plena chuva. Ela nunca tinha ido na fazenda
mas, como "quem tem boca vai a Roma e
quem tem dinheiro vai a Dubai..."
(palavras da própria...) chegou com tudo
e cheia de disposição.
Conheço seu trabalho no Zuka.
Essa mulher é uma grande guerreira e muito
talentosa, além de altíssimo astral.
Fiz, outro dia mesmo, uma materia sobre ela aqui no blog.
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os chocolates maravilhosos que Laura apresentou |
Abaixo, um momento da turma depois da feijoada da casa... Café gourmet (
by Serge...) e chocolates gourmet (
by Laura...)
No canto esquerdo, nosso também anfitrião, o querido Jorge (tinha uma foto dele um pouco mais animada, com uma peruca roxa, mas não
obtive a devida autorização para publicar... Pulemos. Ao seu lado, Mme Flottante.
No outro lado da mesa, no canto esquerdo, a Laura Cavallieri. Ao seu lado Bel Augusta, e seguindo o sentido horario, Lou Bittencourt e Serge De Kraker (na cabeceira..)
Gostei do
workshop de café do Serge. Aprendi muito com ele nesses dias. Café é como o vinho. A mesma coisa: Aroma no nariz, acidez, e texturas na boca. Notas disso e notas daquilo. A importância da torra. Graõs cultivados no
terroir tal. Já comprei até uma
aero press e agora vou procurar uns grãos de primeira. Aonde comprar? Também aprendi... Mas isso é papo pra outra materia. Quem sabe uma entrevista com o Monsieur De Kraker...
Pourquoi pas?
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Camille Flottante e Bel Augusta com Daphne, a cadelinha branca |
Nosso bloco no Sana arrasou. Muito obrigado Lou e Jorge, altíssimo astral... Comidas, fogões a lenha, ampolas, papos, cachorros, gansos, vaquinhas, ovos trufados e passeios na linda Fazenda Três Marias.
Mesmo com a chuva em ostinato (na música, uma frase repetida persistentemente numa mesma altura...)
Tudo maravilhoso. O paraíso é aqui...