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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Boteco D.O.C. - Um Pequeno Grande Bar


Ah..  meu bairro andava faminto por um lugar assim. Moro em Laranjeiras desde 1994, no clássico edifício Aguas Férreas, e desde então sempre tive uma certa preguiça quando penso comer por aqui, salvo meu próprio lar, bien sur.. Mas agora, com a chegada do d.o.c., tudo mudou.


Quando o chef Gabriel De Carvalho veio à mim com essa novidade, suspirei de felicidade.
Um Boteco? Regido pelo maestro Gabriel? Sim claro, D.O.C. já entendi.. Denominação de orígem controlada... Ou denominação de orígem carioca?? Um pouco disso e um pouco daquilo.

Alain Gouste, metido que é, já vai dando uns doc-pitacos.. Se me permite, coloque no cardápio aquele seu clássico copinho de mousseline de baroa com crocante de parmesão, ops "parmigiano-reggiano", afinal somos "doc"... Bem lembrado, disse o chef.

Mas Gabriel, me fala mais... O que? Caldinho de cassoulet no copinho? Mini hambúguer com queijo cheddar e cebola confit caramelizada?? Babei... Chope artesanal Noi (já me deu sede..), cachorro quente de linguiça (doc), e porção de polvo picante? E esse "ovo-doc?? É um ovo mexido, no ponto correto, com batatinha palha, chips de bacon e molho béchamel?? S'il vous plaît, aonde pego meu cartão-fidelidade?

trio de mini burgers 
creme de mandioquinha
polvo picante
doc-shot by Marcelo Faustini
Vida longa ao Boteco d.o.c. ! E como bem disse Luciana Fróes, "um pequeno grande bar", Permaneçamos !!!
Rio Show, O Globo by Luciana Fróes

Boteco d.o.c.
Rua das Laranjeiras 486, laranjeiras - Rio de Janeiro, Brasil.
tel: +55(21)3486-2550

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Le Comptoir, Paris

     

          Toda terça-feira, Yves Camdeborde parte bem cedinho rumo à Rungis, à meia hora de Paris. Vai de carro com seu motorista. Yves não gosta de dirigir automóveis, apenas restaurantes. Lá, num food market de dar gosto, o famoso Marché de Rungis, nas proximidades do aeroporto de Orlyele faz as compras da matéria prima de sua arte: Os produtos que serão levados para a cozinha do Comptoir e transformados em pratos maravilhosos... Dos melhores de Paris, portanto do mundo.

         Hoje com um look meio Elvis, nunca pensou em ser músico nem chef de cuisine quando criança e sim jogador de futebol. Mas aos 17 anos, seu pai o encorajou a ir para Paris e alí ele ficou um tempo trabalhando na cozinha do Hotel Ritz em 1981. Depois disso, muito baile no La Marée, Tour d'Argent e Hotel de Crillon até que, já com 28 anos, sem muito dinheiro, conseguiu abrir um bistrô no 14th arrondissement, onde servia pratos de alta gastronomia com preços bem populares, um sucesso o La Régalade.

          Comida maravilhosa com preços nada refratários aos nossos bolsos. Essa filosofia ele mantém no Le Comptoir, por isso tanto sucesso.


           É dos restaurantes que, quando vou à Paris, procuro não deixar de ir. Mas não é muito fácil conseguir uma mesa. Aprendi: Chego alguns minutos antes do meio dia. Provavelmente já vai existir uma fila na calçada em frente ao restaurante, mas nada assustador. Ao meio dia o maitre (que parece o David Byrne com um penteado arrepiado) começa a orientar os clientes e, pelo meu horário, talvez não sobre lugar na parte de dentro, mas com certeza uma mesinha no lado de fora vai rolar. O restaurante fica completo em dez minutos e quando chegar perto de 13hs, próximo turno, uma nova fila começa a ser formada.
   
         
oeuf mayonnaise

os à moelle

Crémeux au chocolat noir Guanaja, rhubarbe 
Huile d'olive, fleur de sel, tuile café

           Duas coisas que sou viciado em Paris: Eufs Mayonnaisse e L'Os à moelle. No Comptoir, os ovos são imbatíveis (a mayonnaise do Yves é um espetáculo). Quanto ao "Os à moelle, não posso deixar de sugerir o do Robuchon em seu Atelier.


Le Comptoir
9, Carrefour de l'Odéon, Paris
tel: 01 4427-07501

quarta-feira, 6 de março de 2013

Kinoshita, um japa na terra da garoa



Comer em São Paulo é um programa que levo a sério. Sim, porque a comida lá também é levada a sério por quem faz e, por tradição, pelos que comem. Eu gosto disso.. Mi piace molto.
Esse papo me lembra a maravilhosa frase do Ed Motta-San: "o bom de São Paulo é que é perto do Brasil, fala-se o português e não precisa de visto no passaporte...". Adoro isso. Sim, porque quando se fala em gastronomia, essa frase faz todo o sentido... Provavelmente em outras áreas também. Mas voltando aos talheres, sempre que vou à sampa incluo na minha tour gastronomica ao menos um restaurante de comida japonesa. E foi assim que fomos parar no Kinoshita.

Sentamos numa mesa na varanda de inverno cercada de vidros até o teto. Simpatico. Olhei o cardápio e gostei do que vi. É claro que quando telefonei pra fazer a reserva mandei logo a minha clássica pergunta: Tem toro ? Resposta positiva, pedi pra reservar um tanto pra mim como uma criança a caminho da loja de brinquedos... É que aqui no Rio o toro é diamante raro nos restaurantes do ramo.
E assim, logo na chegada fui recebido com um sashimi de toro (divino !!) e um prato com três variedades de sushi de toro, esse muito bom mas o sashimi (com flor de sal elegantemente colocada sobre a iguaria..) foi imbatível.


Fui pedindo então algumas pérolas do menu da casa... Abaixo na ordem: Camarões empanados em farinha japosesa ao molho tonikatsu e karashi, o tofu, cuja textura e qualidade muito me impressionou e o foie gras com fatias de abacate e maça verde (!!)


E ainda fechamos com esse prato espetacular de fatias de salmão com crocante de legumes:

Bem.... Sim, comemos muito bem. Mas se eu disser que a conta foi, digamos, agradável eu estaria mentindo.. Ao menos pro meu bolso pois a teoria da relatividade no mercado gastro-financeiro é um fato. Já dizia Einstein. Camille Flottante saiu até um pouco desapontada com relação a essa relevante questão, mas devo reforçar que tudo estava realmente muito bom e, é claro, nos fartamos de toro (!!!) que vem a ser uma iguaria cara... O simpático chef Rafael é um grande talento e o serviço da casa é muito bem comandado pelo maitre Jean. E, além do mais, quem está na terra da garoa deve se molhar.. Portanto leve o guarda-chuva (...) e não perca o trem das onze.


Kinoshita
Rua Jacques Félix, 405 
Vila Nova Conceição, São Paulo.
tel; (11) 3849-6940

terça-feira, 5 de março de 2013

Vecchio Torino... uma poesia italiana.


Chegamos em São Paulo com fome. Mme Flottante, que anda as voltas com seu curso de italiano pela internet, sem querer me inspirou na escolha do restaurante. Com o seu computador falando palavras soltas nesse idioma, tipo "parola", "bello" (essa achei que era pra mim...), "mangiare"... Meu estomago começou a querer interagir... em seguida o Macintosh me veio com um "pasta al sugo". Eu gritei: BASTA!! , PORCA MISÉRIA".. Corri pra minha pesquisa silenciosa na internet e entre alguns "best italian food in São Paulo" cheguei no Vecchio Torino.

Gostei da história da casa... "Vontade de perfeição - Essa é a frase que melhor define o chef e proprietário do Vecchio Torino, Giuseppe La Rosa".. "Um artesão da cozinha tradicional italiana, isto porque expressa através de sua comida, sentimentos que são transformados em sabores e aromas que encantam os paladares mais exigentes..." 

Uma poesia não? Claro que sim. E sua comida é isso. Pura poesia.
Resolvemos escolher dois pratos e dividi-los. Veja a generosidade da casa. Ambas as fotos abaixo apresentam uma meia porção dos pratos:

Começamos pelo Ravioli di Ricotta al Tartufo Nero. Que coisa linda.. O perfume. Massa fresca de espinafre com recheio de ricota e trufas negras ao molho de manteiga, creme de leite, parmesão e noz-moscada.


Partimos para o secondo corso, ou piatti ?? (acho que preciso fazer esse curso de italiano também..).
Gnocchi al Castelmagno. Sem dúvida, o melhor inhoque que já comi. O que é a textura que ele consegue?? Parece que quase não tem farinha, ou a farinha é muito delicada, ou mais uma vez, o artesão tem a mão de um chef (ou será o chef tem a mão de um artesão ?). Bolinhas de pure de batata. É uma boa definição. E o molho? Espetáculo. Não conhecia esse queijo castelmagno mas posso garantir que deu um toque maravilhoso no molho de tomate. E "que" molho de tomate.
Da sobremesa quem cuida é Mme La Rosa. Pela primeira vez tive que ouvir da boca de Camille Flottante que a minha famosa mousse au chocolat acaba de perder o posto de primeiro lugar. Pior que eu tive que concordar... Olha que coisa linda:


Vecchio Torino
Rua Tavares Cabral, 119 Jardim Paulistano - São Paulo
tel: (11)3816-0592